Como cuidar de seus ouvidos
Introdução
Voltaire dizia que o ouvido é "o caminho do coração". Parece uma descrição adequada. Pense em como o choro de uma criança, uma canção romântica ou o barulho do aparelho de som do seu vizinho às três da manhã podem mexer com as suas emoções.
Os ouvidos não apenas nos fazem ouvir. Também desempenham um papel na manutenção do nosso equilíbrio, fundamental para o dia-a-dia. Ainda assim os ignoramos. Não conseguimos nem enxergá-los, a não ser com a ajuda de um espelho. Aceitamos sem problemas o que fazem por nós, até percebermos que algo está errado, como quando sentimos uma dor ou quando começamos a pedir para as pessoas que repitam o que acabaram de dizer. Este artigo vai revelar informações vitais sobre o cuidado dos ouvidos, tais como:
- Protegendo os ouvidos
Todos sabem que barulhos muito altos podem danificar os ouvidos, mas há muitos outros modos de prejudicar a audição. Objetos exteriores ou sopros repentinos podem danificar o tímpano, resultando em uma perda de audição temporária ou, em alguns casos, permanente. Nesta seção, explicaremos como evitar danos aos ouvidos e mostraremos as melhores maneiras de lidar com barulhos altos. Também revelaremos qual é o limite tolerável de decibéis e vamos comparar a altura do farfalhar das folhas com a de um motor a jato.
- Prevenindo problemas auriculares
Além de garantir que você não perfure o tímpano com um objeto externo, há outros passos a tomar para prevenir problemas auriculares. Um deles é a otite dos nadadores (otite externa), uma doença que acontece quando bactérias crescem dentro do canal auricular. É uma infecção que pode ser bem dolorosa. Ensinaremos como prevenir e tratar esta infecção. Também revelaremos como fazer a manutenção diária dos ouvidos para mantê-los saudáveis e livres de problemas.
- Infecções auriculares
Quem tem filhos pequenos talvez já esteja acostumado com as infecções do ouvido médio, pois são as doenças mais comuns de bebês e crianças pequenas. Os adultos também têm infecções de ouvido, mas elas são muito mais graves nas crianças, pois são mais suscetíveis e os sintomas mais intensos. Daremos algumas dicas para prevenir que as crianças tenham infecções do ouvido médio e o que fazer caso isso aconteça.
- Doenças dos ouvidos
As infecções auriculares e os danos causados por barulhos excessivamente altos geralmente são problemas temporários. No entanto, alguns incômodos podem se tornar doenças graves e duradouras. Surdez, falta de equilíbrio e zumbido constante nos ouvidos são sinais de problemas sérios. Apresentaremos um guia das várias doenças auriculares existentes e de como tratá-las. Também ensinaremos como diferenciar um problema que você pode cuidar sozinho daqueles que necessitam da atenção de um médico.
Protegendo os ouvidos
Nossos ouvidos podem se beneficiar com um pouco de carinho e atenção. Aqui você encontra algumas maneiras de fazer isso acontecer.
Acidentes
Já que não conseguimos enxergar os mecanismos internos dos ouvidos enquanto transmitem ondas sonoras para o cérebro, nós nos esquecemos de que eles podem ser vulneráveis a ferimentos. Um tapa na orelha ou um ferimento durante um mergulho podem causar uma ruptura no tímpano, a membrana fina que separa o ouvido externo do ouvido médio.
Uma das causas mais comuns de ruptura no tímpano e de outros danos é introduzir um objeto dentro do ouvido. As pessoas fazem isso com muita freqüência, quando tentam aliviar uma coceira ou limpar cera, por exemplo.
Trauma acústico
Estar perto de uma explosão pode ensurdecer instantaneamente. Outros danos acústicos, no entanto, levam à perda progressiva da audição.
Vivemos numa época em que há muitos traumas acústicos, ou seja, ferimentos causados pelo som. Normalmente não percebemos o quanto sons altos podem ser prejudiciais. Estudos mostraram que 60% dos calouros universitários apresentam algum tipo de perda de audição. Isso pode ser causado pela poluição sonora.
Os barulhos muito altos podem prejudicar a audição porque danificam as pequenas células ciliadas do ouvido interno. Algumas doenças podem tornar essas células ainda mais sensíveis que o normal. Durante os exercícios aeróbicos, o sangue é desviado dos ouvidos para as pernas, braços e coração. Essa alteração do fluxo sangüíneo torna as células ciliadas mais sensíveis ao barulho. Assim, muitos especialistas em ginástica alertam que correr usando fones de ouvido dobra o risco de perda auditiva permanente. Da mesma forma, dançar de frente para o aparelho de som em pleno volume aumenta o potencial de dano auditivo. Estudos recentes confirmaram que muitas pessoas têm a audição prejudicada por escutar música muito alta, seja por irem freqüentemente a shows de rock, seja pelo uso de aparelhos de som portáteis.Os danos causados por barulho estão relacionados a dois fatores: intensidade e duração. A intensidade é medida em decibéis. Um ponto que precisa ser lembrado sobre as escalas de decibéis é que um aumento de apenas três decibéis duplica a pressão do som. Portanto, uma britadeira de 120 decibéis emite muito mais que o dobro da pressão sonora do que uma conversa normal de 60 decibéis.
Aqui estão alguns testes que podem determinar se você está se expondo a níveis perigosos de som.
- Se você está sujeito a um barulho que torna difícil entender alguém que está a poucos metros, falando com um tom de voz de conversa normal, provavelmente estará sendo exposto a cerca de 90 decibéis. A exposição freqüente a este nível pode levar à perda de audição.
- Se depois de se submeter a um barulho você tiver um leve zumbido agudo e uma sensação de preenchimento nos ouvidos, estará vivenciando uma perda temporária da capacidade de ouvir. Se isso acontece duas ou mais vezes por semana, você pode estar a caminho de um dano auditivo permanente.
A solução é óbvia: interrompa o barulho. Mantenha o rádio em um volume razoável. Se os seus fones de ouvido estiverem tão altos que alguém próximo consiga ouvir a música, você está exagerando. Acredita-se que o uso de fones internos, em vez de headphones, tenha um efeito negativo na audição, pois o usuário precisa aumentar mais o volume para compensar o barulho exterior que perpassa por eles. Diminua o volume e limite o tempo de exposição.
Se você não consegue interromper o barulho porque trabalha em um ambiente barulhento, proteja seus ouvidos. Os protetores acústicos internos (do tipo earplug) e os externos (do tipo muff) são alguns dos dispositivos de proteção auricular. Alguns problemas para os ouvidos não são tão óbvios quanto os barulhos muito altos. Na próxima seção você aprenderá como prevenir outros problemas auriculares.
Níveis de decibéis Estes são os níveis de decibéis de alguns sons cotidianos:
- Motor a jato (a 30 metros): 130
- Britadeira: 120
- Show de rock: 100
- Caminhão (a 5 metros): 90
- Aspirador de pó: 75
- Restaurante barulhento: 70
- Conversa normal: 60
- Interior de uma residência urbana: 50
- Rua de bairro sem trânsito: 40
- Sussurro: 30
- Farfalhar das folhas: 10
Tímpanos perfuradosSe sentir uma dor aguda e repentina no ouvido após um evento traumático, como uma explosão ou um acidente de mergulho, você pode estar com o tímpano perfurado. Procure um médico imediatamente. Mesmo que a dor aconteça apenas na hora do acidente e em seguida passe, você pode ter algum tipo de dano no ouvido médio. Uma pequena perfuração do tímpano pode se curar sozinha em poucas semanas, se as infecções forem mantidas à distância. Uma perfuração maior pode necessitar de cirurgia
Prevenindo problemas auriculares
Aqui estão dicas para evitar alguns dos problemas auriculares mais comuns.
Otite externa (ou otite dos nadadores)
Os dias quentes e ensolarados na praia são divertidos. Lidar com a otite dos nadadores, não.
A otite externa, também chamada de otite dos nadadores, é uma infecção do canal do ouvido externo. Essa doença geralmente é causada por bactérias comuns e, às vezes, por fungos. Acontece quando bactérias se aninham em um canal do ouvido externo que esteja quente e úmido, condições que elas adoram. Ficar dentro d'água durante muito tempo não só cria estas condições, como tende a limpar a cera que normalmente reveste e protege o canal auricular. As bactérias podem levar vantagem e você pega uma infecção.
Na verdade, outras atividades podem desencadear um caso de otite externa, além da natação. A água pode ficar no seu ouvido após uma chuveirada. Ou nem precisa haver água: vasculhar com um grampo de cabelo ou com um cotonete pode arranhar a pele delicada do canal auricular e derrubar a barreira contra bactérias.
Qualquer que seja a causa, a otite externa em geral começa com uma coceira ou um comichão no ouvido. Resista à vontade de coçar, pois isso pode piorar o problema. Nos casos mais graves, você pode sentir dor e corrimento ou até mesmo um pouco de perda auditiva em função do inchaço do canal auricular. Uma maneira de saber se a infecção é no ouvido externo e não está mais profunda, é observar se dói quando você puxa e aperta suavemente.
A otite dos nadadores não é um resultado inevitável de um dia na piscina ou na praia. Aqui estão algumas medidas preventivas:
- Evite nadar em águas sujas, onde há mais bactérias.
- Não deixe a água ficar no seu ouvido. Em geral, você pode senti-la escorrer. Sacuda a água após tomar banho ou nadar.
- Se você nada habitualmente, use antissépticos de gotas, especiais para os ouvidos, a fim de prevenir as infecções. Você também pode preparar rapidamente a sua própria mistura antisséptica, usando partes iguais de álcool farmacêutico e vinagre branco. Não faça isso se o seu tímpano não estiver completamente intacto. Consulte um médico antes de usar um antisséptico, para ter certeza de que é seguro para você.
- Use uma touca de natação para evitar que a água entre no ouvido.
- Não cutuque o ouvido externo com objeto algum. Isso remove a proteção natural contra as bactérias.
Pessoas com diabetes podem desenvolver uma forma especialmente grave de otite externa chamada otite externa maligna. Esses pacientes devem procurar ajuda médica o mais rápido possível.
Manutenção regular
Exames médicos: a maioria das pessoas só examina os ouvidos quando há algum incômodo. Pode não haver nada de errado com essa atitude. Não existem regras rígidas e permanentes sobre quando fazer um exame de audição, mas há alguns pontos a se levar em consideração.
Se você trabalha em um ambiente barulhento, examine os ouvidos pelo menos uma vez por ano. As crianças também devem fazer exames regularmente, principalmente as pequenas, que podem não ser capazes de verbalizar o desconforto que estão sentindo. Examinar os bebês também é muito importante. Do contrário, os problemas podem ser descobertos apenas quando a criança aprender a falar.
Limpeza: ao contrário do que pensam muitas pessoas, na maioria das vezes, é melhor deixar o cerume no ouvido. Ele está lá por uma boa razão: reter sujeira, bactérias e outras partículas que podem causar ferimentos, irritação ou infecções.
Às vezes, no entanto, o cerume se intensifica. Mesmo assim, em grande parte das vezes, os ouvidos se limpam sozinhos. Quando você come ou fala, os movimentos do maxilar empurram a cera para o ouvido externo, de onde você pode remover com facilidade, usando um pedaço de algodão umedecido.
Somente quando o cerume estiver causando desconforto ou atrapalhando a audição, você deve fazer algo para removê-lo, mas com extremo cuidado. Os cotonetes deveriam vir com uma etiqueta de aviso: NÃO COLOQUE PROFUNDAMENTE NOS OUVIDOS. Eles podem fazer mais mal do que bem, empurrando a cera para dentro do canal auditivo, até mesmo contra o tímpano, podendo interferir na audição. E não é só: eles também podem prejudicar a delicada parede do canal ou perfurar o tímpano. Tanto um quanto o outro podem levar a uma infecção.
Se o cerume estiver realmente incomodando e precisar ser removido, deixe que um médico faça isso para você. Não use gotinhas para amaciar a cera. Se o problema não estiver com o cerume, as gotas podem piorá-lo. Consulte um médico antes de fazer uso dessa substância.
As infecções são o maior problema auricular das crianças. Na próxima seção, ensinaremos você a prevenir e tratar esse problema.
Exercício físico e perda de audiçãoAs pessoas que estão em boa forma se recuperam melhor da perda de audição temporária causada por barulhos muito altos, de acordo com pesquisadores da Universidade Miami em Oxford, Ohio. Parece que o exercício físico, ao produzir uma certa proteína, pode fortalecer as frágeis células ciliadas, que detectam as ondas sonoras. Além disso, os exercícios melhoram a circulação, que também pode fazê-las trabalharem melhor. Portanto, é bem provável que o exercício físico seja bom para os seus ouvidos.
É claro que as crianças não são as únicas a ter infecções auriculares. No entanto, são elas as maiores vítimas. Os adultos são mais suscetíveis a infecções do ouvido externo, conhecida como "otite dos nadadores", porque em geral começa quando a água contendo bactérias ou fungos infiltra-se e fica retida no canal auricular.
Para entender como as infecções do ouvido médio se desenvolvem, é bom saber como funcionam os ouvidos saudáveis. O ouvido externo se conecta a uma cavidade cheia de ar chamada de ouvido médio. O tímpano, uma membrana fina, fica esticado na entrada dessa cavidade e três pequenos ossos que conduzem o som estão suspensos dentro dela. A pressão dentro da cavidade do ouvido médio se iguala à da atmosfera através de um tubo estreito, chamado de tuba auditiva (anteriormente denominada trompa de Eustáquio). A tuba auditiva se abre em uma cavidade atrás do nariz por onde ar e fluidos podem entrar ou sair. A pressão do ar no ouvido médio é equalizada toda vez que engolimos geralmente sem que percebamos. A tuba auditiva também conduz fluidos do ouvido médio.
Quando temos um resfriado ou uma alergia, a tuba auditiva incha e o ar é absorvido pela parede do ouvido médio, criando um vácuo parcial. O tímpano é então puxado para dentro e os fluidos escorrem da parede do ouvido médio. As bactérias ou vírus do nariz e da garganta podem migrar pela tuba auditiva e infectar o fluido quente e parado do ouvido médio, que proporciona um ambiente perfeito para elas viverem e se multiplicarem. Quando isso acontece, uma infecção está a caminho.
As crianças podem ser mais suscetíveis a infecções do ouvido médio por uma série de razões. Nelas, por exemplo, as tubas auditivas são menores e mais retas do que nos adultos, o que pode facilitar a penetração de bactérias e vírus. As crianças também pegam resfriados e dores de garganta com mais freqüência. Além disso, o sistema imunológico não está completamente desenvolvido durante a infância.
Prevenindo infecções auriculares
Mantenha o seu filho à distância - já que as infecções do ouvido médio geralmente começam com um resfriado ou outra infecção respiratória superior, você vai proteger o seu filho das otites mantendo-o afastado de outras crianças que estejam infectadas. Também pode ser benéfico certificar-se de que todas as alergias nasais estejam bem controladas. Se você estiver na fase de escolher uma creche para o seu filho, verifique como eles lidam com crianças que estejam doentes.
Ensine o jeito certo de assoar o nariz - se o seu filho tiver idade suficiente, ensine-o a assoar o nariz com suavidade e não com força excessiva, para não direcionar a infecção para os ouvidos. Ensine-o a não sufocar o espirro fechando as narinas, já que isto também pode aumentar a infecção nos ouvidos.
Não fume - eis outra razão para não fumar: as crianças que vivem com fumantes parecem mais suscetíveis a infecções do ouvido médio do que aquelas que moram em casas onde não se fuma. A fumaça do cigarro irrita a parede do canal nasal e da cavidade do ouvido médio, interferindo no funcionamento normal da tuba auditiva. Se você não consegue abandonar o cigarro, pelo menos leve o seu hábito para fora de casa.
Tenha cuidado com mamadeiras - evite dar mamadeira para um bebê que esteja deitado de costas. Quando ele engolir, o líquido pode escorrer para a tuba auditiva e acumular-se, criando um ambiente favorável à reprodução de organismos infecciosos.
Fique atento aos sinais - é essencial levar o seu filho ao médico logo que você suspeitar de uma otite, mas para isso você precisa estar atento aos sintomas que podem indicá-la. Uma criança mais velha pode reclamar de dor, mal estar ou obstrução no ouvido. Uma criança mais nova talvez não seja capaz de descrever a dor, por isso você precisa estar atento a outros sinais que possam indicar uma infecção auricular iminente, tais como puxar ou esfregar a orelha, fluido escorrendo do ouvido, choro insistente, enfim, qualquer problema com a audição ou o equilíbrio. Sinais de que uma infecção se instalou incluem febre, choro, náusea, vômito e irritação na orelha.
Tratando uma infecção auricular
Se você suspeitar que o seu filho está com uma infecção de ouvido, leve-o ao médico. Quando uma infecção do ouvido médio é tratada prontamente, não se torna grave. Se não for tratada logo, seu filho pode sofrer uma perda auditiva e, em conseqüência, um atraso na aprendizagem e no desenvolvimento da fala. Depois de visitar o médico, no entanto, há algumas outras coisas que você pode fazer para ajudar o seu pequeno a se sentir mais confortável.
Siga estritamente as instruções do médico - o seu trabalho não termina com a visita ao médico. Você vai precisar garantir que o seu filho receba toda a medicação prescrita. Certifique-se também de que você entendeu e está seguindo as orientações para administrar os remédios. Ligue para o médico ou para o farmacêutico se tiver quaisquer dúvidas. Se um antibiótico foi receitado, é muito importante que o seu filho tome a medicação durante todo o tempo determinado.
Mantenha o queixo do seu filho levantado - se o seu filho estiver deitado, apóie a cabeça dele sobre travesseiros. Elevar a cabeça vai ajudar as tubas auditivas a continuarem refluindo na parte de trás da garganta.
Tente um calor moderado - aplicar uma bolsa térmica morna (não quente) no ouvido afetado pode fazer o seu filho se sentir mais confortável.
Paracetamol - tente dar paracetamol para o seu filho a fim de ajudar a aliviar a dor e a febre. Não dê aspirina. Seu uso em crianças com doenças virais foi associado à Sindrome de Reye, doença geralmente fatal que deteriora de maneira perentina e grave as funções do fígado e do cérebro.
Abordamos a maioria dos problemas com os ouvidos que vocêr irá encontrar, mas há problemas mais graves, como a surdez e o zumbido. Vá para a próxima página para uma investigação de outras doenças dos ouvidos.
Doenças dos ouvidos
Se você fica exposto a altos níveis de decibéis por períodos de tempo prolongados, pode desenvolver uma doença auricular grave. Aqui você encontra um guia rápido.
Surdez e perda de audição
Há duas categorias de perda auditiva: condutora, que envolve anomalias na transmissão do som nos ouvidos médio e externo e neurossensorial, envolvendo o ouvido interno. Geralmente a perda condutora pode ser corrigida. Já a neurossensorial é muito mais difícil de tratar.
A perda auditiva condutora pode acontecer, por exemplo, quando o cerume impede os sons de chegarem ao ouvido interno, onde são transformados em impulsos nervosos elétricos transmitidos para o cérebro. Ferimentos no tímpano e infecções do ouvido médio também podem causar perda de audição condutora.
Na perda neurossensorial há falha do nervo auditivo. Portanto, mesmo que as vibrações sonoras atinjam o ouvido interno, elas não são enviadas como impulsos para o cérebro. Esse tipo de perda auditiva resulta em danos no nervo auditivo. Eles podem ser causados por envelhecimento, infecções virais, barulhos muito altos, efeitos colaterais de medicamentos, etc.
A surdez, isto é, a total ausência de audição, pode resultar tanto na perda condutora como da neurossensorial ou ainda de um misto de ambas. Sempre que suspeitar de perda auditiva, você precisa consultar um médico especialista em ouvido (otorrinolaringologista) capaz de identificar a causa ou as causas de sua origem.
A melhor maneira de lidar com a perda da audição é fazer tudo que puder para evitá-la. Se você já tem este problema, uma prótese auditiva pode ajudar.
Os aparelhos auditivos de hoje em dia têm tecnologia avançada. São muito mais suaves, menores e eficientes do que os aparelhos de antigamente. Há três tipos principais: os que ficam atrás da orelha, os que ficam na orelha e os que ficam dentro do canal. Cada um deles tem vantagens e desvantagens. O modelo que fica dentro do canal é o menor e, portanto, o menos visível. Entretanto, devido ao seu tamanho limitado ele não pode ter tantos conjuntos de circuitos e não é tão versátil em suas funções. Ele amplia todos os sons igualmente, em vez de poder ser programado para ampliar os sons seletivamente.
A eficiência dos aparelhos auditivos se resume a uns poucos fatores-chave. Primeiro, o médico deve prescrever o tipo de prótese certa para a pessoa. O usuário também precisa utilizá-lo adequadamente e comunicar suas necessidades claramente ao médico. Também é importante que a pessoa tenha expectativas realistas sobre o que um aparelho auditivo pode fazer.
Dor de ouvido
Quando você tem uma dor no ouvido, ela distrai todos os pensamentos e absorve toda sua atenção. Tudo o que você quer é que ela acabe.
As dores de ouvido podem ser causadas por uma obstrução da tuba auditiva, o pequeno canal que conecta a parte posterior interna do nariz com o ouvido médio. O ar no ouvido médio está constantemente sendo absorvido por sua parede membranosa, mas ele jamais é esvaziado enquanto a tuba auditiva permanecer aberta e capaz de se reabastecer, durante o ato de engolir. Dessa forma, a pressão do ar em ambos os lados do tímpano permanece quase igual. Porém, quando a tuba auditiva está obstruída, a pressão no ouvido médio não pode ser equalizada. O ar que já está ali é absorvido e, sem um novo fornecimento, acontece um vácuo no ouvido médio, sugando o tímpano para dentro e tensionando-o de modo doloroso
Este tipo de dor de ouvido é particularmente comum em pessoas que viajam de avião, principalmente quando elas estão resfriadas ou com o nariz entupido. Durante a decolagem e o pouso, a pressão do ar no ouvido médio não equaliza da mesma forma que equalizaria se a tuba auditiva estivesse desobstruída.
Outra causa de dor de ouvido são as infecções. As infecções do ouvido médio são extremamente comuns em crianças. Esse tipo de infecção se desenvolve quando bactérias ou vírus, geralmente de resfriados ou inflamações de garganta, sobem pela tuba auditiva. Como resultado, o tímpano pode ficar inchado e inflamado.
Uma otite não tratada pode levar à perda permanente da audição e à dor de ouvido, às vezes, pode ser reflexo de um problema em outra parte do corpo, sendo importante consultar um médico nestes casos.
Labirintite
Uma tontura grave ou vertigem pode trazer a sensação de que algo está terrivelmente errado. Se isso acontece com você, procure um médico imediatamente. É possível que a origem do seu problema seja a labirintite, uma infecção do labirinto, que é o sistema de cavidades cheias de líquido do ouvido interno. O labirinto controla o equilíbrio. Embora a vertigem possa tornar extremamente difícil para você continuar com as suas atividades, a infecção em si não é perigosa. Em geral, o repouso é o principal tratamento. O médico pode receitar remédios para combater a tontura, assim como a náusea e o vômito que também podem acontecer. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem entre uma e três semanas. Episódios recorrentes de vertigem devem ser investigados por um médico, já que podem representar alguma outra doença não manifesta.
Zumbido
Todo mundo fica com um pouco de zumbido nos ouvidos de vez em quando, mas quando acontece continuamente isso pode incomodar você. O nome médico para esta sensação de zumbido é acúfeno. É o resultado de um dano das células ciliadas do ouvido interno. Essas células captam as vibrações sonoras e enviam impulsos elétricos pelo nervo auditivo para o cérebro. No zumbido, as células estão "ligadas" o tempo o todo, fazendo o cérebro pensar que as vibrações sonoras estão entrando no ouvido sem cessar.
Entre as causas possíveis do zumbido estão trauma acústico, cerume, infecção, efeitos colaterais de certos medicamentos (mais de 200 podem ocasionar zumbido), tímpano perfurado, acúmulo de líquidos, pressão arterial alta, tumor, diabetes e envelhecimento.
Para interromper o zumbido, tente o seguinte:
- Interrompa o barulho muito alto ou use um protetor auricular.
- Mantenha baixa a sua pressão arterial.
- Diminua o sal.
- Limite a aspirina. Seu consumo crônico ou mesmo o uso freqüente durante um ou dois dias pode causar zumbido. Fale com o seu médico antes de interromper qualquer medicamento que você acha que pode estar causando o zumbido.
- Evite cafeína, tabaco e substâncias que criam dependência, pois elas também podem desencadear o zumbido.
- Malhe. Se a causa do zumbido for má circulação, fazer exercícios físicos ajudará.
- Certifique-se de descansar o suficiente.
É importante cuidar dos ouvidos para prevenir que problemas graves aconteçam. Felizmente, agora você pode distinguir o zumbido que acontece depois de um espetáculo musical e os sintomas de um problema grave.
Quando procurar um médico por causa de zumbidoO zumbido nos ouvidos pode estar relacionado a uma doença mais grave, como:
- níveis muito altos de triglicerídios no sangue;
- derrame ou episódio isquêmico transitório (se acompanhado de desarticulação da fala, paralisia da face ou das extremidades, alterações na visão);
- síndrome de Menière, uma doença do ouvido interno (se acompanhada de tontura grave e perda auditiva flutuante);
- neuroma acústico, um tumor do nervo auditivo.
Portanto, se o zumbido nos ouvidos não parece ter uma causa óbvia e dura mais do que um dia, marque uma consulta com o médico.