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sábado, 16 de julho de 2011

CAMPANHA NACIONAL DA SAÚDE AUDITIVA

 Tabela de decibéis

Fonte sonora
Intensidade sonora em decibéis
(nível de pressão sonora)
Turbina do avião a jato
140
Arma de fogo
130-140
Serra elétrica
110
Cortador de grama
107
Shows de Rock, com distância de 1 a 2 metros da caixa de som
105-120
Furadeira pneumática
100-105
Piano tocando forte
92-95
Walkman no volume 5
95
Pátio do Aeroporto Internacional
do Rio de Janeiro
(medição fornecida pela Infraero)
80-85
(dosimetria - 8h)
Avenida movimentada
85
Tráfego pesado
80
Automóvel
(passando a 20 metros)
70
Conversação a 1 metro
60
Sala silenciosa
50
Área residencial à noite
40
Falar sussurrando
20
Tempo de exposição
máxima por dia, em horas
Nivel sonoro em decibéis
8
85
6
92
4
95
3
97
2
100
1 1/2
102
1
105
1/2
110
< 1/4
115

Projeto de lei para controle de MP3 tem apoio da Sociedade Brasileira de Otologia Sintonia Comunicação (com Agência Câmara)
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei nº 4524/08, de autoria do deputado federal Jefferson Campos (PTB-SP), que proíbe a comercialização de tocadores pessoais de música em formato digital, os famosos mp3 players, cujo volume máximo ultrapasse o limite de 90 decibéis. A proposta inclui não só ipods e similares, mas também aparelhos de múltiplas funções, como celulares. Além disso, o projeto obriga a inscrição de alerta para os riscos do uso prolongado em alto volume (superior a 85 decibéis) em todos esses aparelhos. O projeto chega três meses depois da Sociedade Brasileira de Otologia alertar o Brasil durante o mês de novembro do ano passado sobre os perigos do som alto dos mp3 players por meio da Campanha Nacional da Saúde Auditiva.
A Campanha utilizou folders, cartazes, site e ampla divulgação na mídia para informar que o som alto de aparelhos de música pode causar perda auditiva. O slogan da Campanha, “Abaixe o volume ou diminua para sempre a sua audição”, foi muito bem recebido por escolas, hospitais e universidades.
O parlamentar, na apresentação do projeto, salientou a importância da Campanha Nacional de Saúde Auditiva, realizada anualmente pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) desde 2004. "Mesmo com ampla divulgação, as medidas educativas infelizmente costumam ser insuficientes", observa o deputado. Alguns países já adotam medidas legais para limitar o volume dos mp3. "A França, onde já vigora lei específica, a Bélgica, onde há um projeto em análise, são alguns dos países que têm essa consciência", comenta Campos.
Projeto é o terceiro com base na Campanha
Esta não é a primeira vez que a iniciativa da Sociedade Brasileira de Otologia inspira o congresso nacional em projetos de lei. Em 2007, a necessidade do teste da orelhinha em recém nascidos, para detecção de perda auditiva, tornou o exame obrigatório em oito estados. Após alguns meses, o teste passou a ser lei federal. Em 2008, um projeto de lei de autoria do deputado Iran Barbosa (PT-SE) propôs reduzir do imposto de renda das pessoas físicas os gastos com aparelhos auditivos. A proposta segue em trâmite no Congresso.

 http://www.saudeauditiva.org.br/novo_site/

Tipos de problemas auditivos

Pelo menos uma em cada mil crianças nasce profundamente surda. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por causa de acidentes ou doenças.
Existem dois tipos principais de problemas auditivos. O primeiro afeta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas "condutivas" (também denominadas de "transmissão"), normalmente tratáveis e curáveis. O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo. Chama-se surdez neurossensorial.
A deficiência auditiva pode ser classificada como deficiência de transmissão, quando o problema se localiza no ouvido externo ou médio (nesse caso, o prognóstico costuma ser excelente); mista, quando o problema se localiza no ouvido médio e interno, e sensorioneural (neurossensorial), quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo.
Infelizmente, esse tipo de surdez em geral é irreversível. A surdez condutiva faz perder o volume sonoro: é como tentar entender alguém que fala muito baixo ou está muito longe.
A surdez neurossensorial corta o volume sonoro e também distorce os sons. Essa interpretação descoordenada de sons é um sintoma típico de doenças do ouvido interno.
Ouvidos obstruídos
Uma das causas mais simples da perda de audição é a obstrução do canal auditivo. Esse bloqueio impede que as ondas sonoras cheguem até o tímpano. Constantemente sai cera naturaldo ouvido, ajudando a remoção de sujeira. Mas quando a cera endurece, ela fica no canal e entope o ouvido. Pequenos objetos enfiados no ouvido também obstruem o som. Comoo canal auditivo é revestido de pele, ele pode ser obstruído por descamações de pele, tumores ou infecções.
Cola no ouvido
O líquido produzido no ouvido médio geralmente é drenado através de um conduto queleva à garganta, chamado trompa de Eustáquio. Quando ele fica obstruído por uma infecção ou por adenóides inflamadas, o líquido contaminado se acumula no ouvido médio, tornando-se espesso e aderente, daí o nome de cola no ouvido, A “cola” dificulta a vibração adequada do tímpano e dos ossos no ouvido médio.
A trompa de Eustáquio deixa passar o ar de fora para o ouvio médio, mantendo a pressão atmosférica equilibrada nos dois lados do tímpano. A obstrução da trompade Eustáquio altera a pressão no interior do ouvido, podendo danificar o tímpano.
Tímpano danificado
Repetidas infecções graves no ouvido médio enfraquecem o tímpano, provocando até perfurações, que impedem a sua vibração normal e levam à perda de audição. Em geral, essas perfurações no tímpano saram naturalmente, mas, se a infecção for grave e perdurar pormuito tempo, os orifícios podem não se fechar. A denominação médica para essa condição é otitemédia crônica, e exige tratamento apropriado. Objetos introduzidos no ouvido, fortes pancadas ou sons muito altos, como explosões, podem causar perfurações no tímpano.
Doença dos ossos do ouvido
Uma doença óssea comumente chamada otosclerose causa sérios problemas de audição. É um processo hereditário, isto é, freqüentemente se manifesta nas pessoas que têm familiares com otosclerose. O ossículo estribo começa apresentando um desenvolvimento anormal, que aos poucos o fixa à janela oval, impedindo-o de mover-se livremente. Por isso, ele deixa de conduzir as vibrações ao ouvido interno, levando à perda de audição. É possível curar essa doença por meio de cirurgia.
A otosclerose surge geralmente entre os 18 e os 30 anos e tende a piorar com a idade. É mais comum entre as mulheres.
Neurossensorial
A surdez neurossensorial pode se manifestar em qualquer idade, desde o pré-natal até a idade avançada. A cóclea é um órgão muito sensível e vulnerável aos fatores genéticos, às doenças infantis, aos sons muito altos e a alguns medicamentos. Muitos idosos também sofrem de surdez neurossensorial.
Um parto difícil ou prematuro, sobretudo quando o bebê não recebe oxigênio suficiente, às vezes causa surdez neurossensorial. Ao nascer, a criança está sujeita à icterícia, prejudicial ao nervo auditivo, podendo levar à perda de audição. A icterícia é mais comum em bebês prematuros. Muitos problemas que surgem no parto estão se tornando menos freqüentes à medida que se aprimoram as técnicas de assistência a bebês de "alto risco".








Células ciliadas em perfeito estado                                           Células ciliadas danificadas
Audição Normal                                                                        Audição prejudicada
Problemas auditivos
Tinido
O zumbido, ou barulho nos ouvidos - denominado tinido - , afeta muitas pessoas, embora a causa desses ruídos não esteja esclarecida.
É difícil a pessoa saber de onde vêm os ruídos no sistema auditivo. Alguns acham que eles são quase insuportáveis, e é mais comum atacarem pessoas idosas.
Sons muitos altos, doenças ou infecções do ouvido são as causas do tinido, havendo quem afirme que alguns remédios vasodilatadores e mesmo alguns tipos de alimentos tornam os zunidos mais intensos.
Mesmo sem problemas de audição, uma pessoa pode perceber o zumbido e achá-lo bastante desconfortável

SINAIS E SINTOMAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO


SINAIS E SINTOMAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Giselle Kubrusly Sypczuk
Fonoaudióloga
RESUMO
Existem indivíduos que possuem a queixa de não ouvir bem mas possuindo a audição normal. Isto pode ocorrer devido a dificuldades no processamento auditivo da informação , Há muitos sinais e sintomas da Desordem do Processamento Auditivo que muitas vezes se assemelham a outras desordens. O objetivo desse artigo é elucidar basicamente as questões que concernem à área.
Palavras-chave: processamento auditivo, habilidades auditivas, problemas de aprendizagem.
A AUDIÇÃO
A audição é um dos cinco sentidos humanos. É a capacidade de reconhecer o som emitido pelo ambiente. O órgão responsável pela audição é o ouvido, capaz de captar sons até uma determinada distância A habilidade de ouvir possui dois sistemas, o periférico e o central.
Na avaliação da audição vários testes podem fazer parte do protocolo audiológico, dentre eles estão:
  • Audiometria: Exame que mede o nível de audição por intensidade e freqüência, ou seja, é o teste que quantifica a audição do indivíduo, podendo ou não acusar a presença de perda auditiva em diferentes graus e tipos.
  • Imitânciometria: É o exame que verifica as condições da orelha média, (sistema tímpano-ossicular), e da via do reflexo do estapédico.
  • Emissões Otoacústicas: Avalia a resposta das células ciliadas externas localizadas na cóclea. São sons de baixíssima intensidade que resultam do mecanismo ativo de recepção do som pela cóclea no qual as células ciliadas externas desempenham o papel principal.
  • Potenciais Auditivos Evocados: São potenciais elétricos que surgem através de um estímulo acústico (geralmente click fornecido através de fones) e que refletem a atividade do sistema auditivo. Estes potencias podem ser de curta, média ou longa latência dependendo do tempo que a onda leva para ser captada. Quanto mais distante o sítio gerador, maior é o tempo de latência da onda que representa o potencial. Os mais utilizados são o de curta latência (Bera ou Paete) e de longa latência (P300).
  • Avaliação do Processamento auditivo: Permite verificar o desempenho das habilidades auditivas através de avaliação comportamental.
CONHECENDO O PROCESSAMENTO AUDITIVO
Definição
Segundo o relatório técnico da ASHA 2005, processamento auditivo (PA) refere-se à eficiência e eficácia que o sistema auditivo nervoso central utiliza a informação auditiva, inclui os mecanismos auditivos que seguem as seguintes habilidades:
  • localização e lateralizacão;
  • discriminação auditiva;
  • reconhecimento do padrão auditivo;
  • aspectos temporais da audição, incluindo:
o        
§        
§        
§       
            • integração temporal
            • discriminação temporal (intervalo de detecção temporal)
            • ordenação temporal
            • marcaramento temporal
  • performance auditiva com sinais competitivos (incluindo a escuta dicótica);
  • performance auditiva com sinais acústicos degradados.
Pode-se dizer que processamento auditivo é “aquilo que fazemos com o que ouvimos”.
Os processos neurocognitivos estão envolvidos. A memória, atenção e linguagem são integrantes no processo de análise na entrada da informação pelo canal auditivo.
A dificuldade em um ou mais níveis das habilidades auditivas é possível de ser classificada como uma dificuldade ou desordem do processamento auditivo (DPA)
A DPA pode estar ligada ou associada com as dificuldades em linguagem, aprendizado, e funções de comunicação, embora a DPA possa coexistir com outras desordens (por exemplo, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade [TDAH] e dificuldades de leitura), mas não pode ser colocada como o fator resultante destas.
As causas que levam a uma DPA podem ser variadas, não podendo ser especificadas, (na maioria), podem compreender desde ordem genética até de desenvolvimento, dentre outras possíveis.
Alguns sinais e os sintomas
Os sintomas de DPA podem variar e ter diferentes formas de manifestação. Confira se você ou alguém que conheça apresenta alguns desses Sinais e Sintomas:
  • Parece não ouvir bem?
  • É muito distraída ou desatenta?
  • Demora em escutar e/ ou entender quando chamada sua atenção?
  • Fala muito “Hã?”, “O que?”, ou “Não entendi!”?
  • Possui dificuldade para lembrar o que foi dito ou parece ter problemas de memória?
  • Tem fala diferente de outras crianças da mesma idade?
  • Tem dificuldades para ler ou escrever ou outras dificuldades escolares?
  • Tem dificuldade para entender o que está sendo falado quando em ambientes ruidosos ou em grupos?
  • Não consegue acompanhar uma conversa com muitas pessoas falando ao mesmo tempo?
  • Há cansaço ou atenção curta para sons em geral?
  • Deixa o volume da televisão muito alto?
  • Apresenta dificuldade de localizar o som?
  • Apresenta dificuldades em seguir orientações?
  • Tem dificuldade em contar um fato ou história?
  • Tem dificuldades para transmitir um recado?
  • Possui dificuldade em seguir uma seqüência de tarefas que lhe foi falada?
  • Tem dificuldades em entender piadas ou duplo sentido?
  • Os problemas de matemática são difíceis de interpretar?
  • A informação abstrata é difícil de compreender?
Estes, assim como outros comportamentos, podem ser sinais de uma dificuldade no processamento auditivo da informação. Cabe retomar que muitos dos comportamentos notados acima podem também aparecer em outras condições tais como dificuldades de aprendizagem, Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade (TDAH), níveis de depressão, dentre outros.
O diagnóstico e avaliação
Através de uma equipe multidisciplinar o indivíduo será avaliado e conduzido a um diagnóstico e /ou a uma conduta médica e planejamento terapêutico.
A abordagem da multidisciplinar permite coletar informações no nível educacional, social, de fala/ linguagem, cognitivo e fisiológico.
Essa equipe é composta, em geral, por neurologistas, psiquiatras, otorrinolaringologistas, audiologistas, fonoterapeutas, psicólogos, pedagogos e profissionais da educação.
A avaliação específica do processamento auditivo é realizada por um fonoaudiólogo da área audiológica.
A testagem é realizada em cabine acústica, onde o indivíduo é colocado com fones auriculares através dos quais são aplicados testes gravados em CD e padronizados por faixa etária.
Para realização da avaliação do PA é necessário apresentar a audiometria realizada no mínimo em um prazo igual ou inferior a três meses, a criança apresentar idade mínima de 06 anos, nível de linguagem expressivo e receptivo, atenção e cognição suficientes para que possa compreender as tarefas, não apresentar perda auditiva assimétrica, a média tonal ser até 40dBNA, índice padrão de reconhecimento de fala de no mínimo 70% e índice entre as orelhas não ultrapassar 20%.
Na avaliação são realizados testes de escuta diótica onde estímulos iguais são apresentados simultaneamente para ambas as orelhas, de escuta monótica onde estímulos diferentes são apresentados simultaneamente na mesma orelha, ipsilateralmente; e escuta dicótica onde estímulos diferentes são apresentados simultaneamente para ambas as orelhas.
Entre os testes realizados estão:
  • Localização Sonora; Teste que permite verificar a localização (percepção da origem da fonte sonora) em cinco direções (direita, esquerda, atrás, acima e à frente).
  • Fala Filtrada: Este teste permite verificar a habilidade de fechamento auditivo (percepção da mensagem quando parte dela é omitida)
  • PSI em português: Os estímulos verbais utilizados na aplicação do PSI são 10 frases ou palavras que devem ser identificadas através da indicação das figuras que representam à situação da sentença ou palavra. A mensagem competitiva é uma história infantil ou ruído white noise.
  • SSI: Este teste é realizado com leitura e identificação não verbal da frase. Permite verificar a habilidade de fechamento auditivo e figura fundo associado à identificação visual. São testadas duas condições MCI (duas estimulações distintas na mesma orelha) e MCC (duas estimulações distintas uma em cada orelha)
  • PPS E DPS: Estes testes permitem verificar as habilidades de resolução temporal, para identificação de freqüência e duração sonora. São testadas duas condições a de imitação (hemisfério direito) e nomeação (hemisfério esquerdo).
  • Dicótico de dígitos e SSW: Estes testes permitem investigação da condição dicótica da informação. Habilidade de figura-fundo (identificação de um som na coexistência de outro, competitivo), Memória seqüencial (habilidade em estocar e recuperar estímulos na ordem em que foram apresentados). São constituídos por pares de dígitos e palavras, sendo que estes representam dissílabos na língua portuguesa. Avaliam a habilidade para agrupar componentes do sinal acústico em figura-fundo e identificá-los, e a comunicação inter-hemisférica no corpo caloso.
O RESULTADO

Após a testagem é emitido um relatório que constam os resultados obtidos; as habilidades preservadas e as com desempenho abaixo do esperado para idade, o impacto efetivo das mesmas na vida do indivíduo nos níveis social, acadêmico e familiar, possível local da disfunção no sistema nervoso auditivo central, o direcionamento da reabilitação (no caso de indicação terapêutica) sugerindo um programa e as orientações pertinentes ao caso.

O processo de avaliação e de reabilitação deve envolver a equipe multidisciplinar na visão de que esse sujeito possui suas necessidades, possibilidades e sucessos.
CONCLUSÃO
A área de processamento auditivo é alvo de muitas pesquisas, debates e o interesse na mesma aumentou consideravelmente nos últimos anos. A bateria de avaliação deve no mínimo envolver todas as habilidades e considerações multidisciplinares. Para tal exige consenso entre as áreas buscando minimizar o impacto das dificuldades processuais e maximizar o desempenho das habilidades presentes.